quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Relação Homem e Sociedade em Frankenstein II

RELACIONADO A MARY SHELLEY

A história de Frankenstein teve início no verão de 1816, quando a escritora e seu marido Percy reuniram-se com Claire Clairmont e Lord Byron em Genebra (Suiça). Byron propõs um desafio para os que ali estavam, escrever uma história de terror, e foi daí que nasceu Frankenstein. Romance filosófico que recebeu influências simultâneas do pai e da mãe da escritora.
É uma obra carregada de denúncias sociais, retrata a trajetória de um personagem que foi privado de afeição e generosidade e através disso, foi jogado para o "nada social". Sendo a distinção social regulada idealmente pelo mérito da riqueza e da educação, mudou o quadro do antigo regime, onde a sociedade era hierarquizada por critérios estamentais. Nesse sentido, a forma de se configurar as relações de interdependência entre indivíduos mudou completamente. Então a obra denuncia que o progresso material nãopode vir atrelado a exclusão social.
O monstro de Mary Shelley não é um homem, mas um ser sem identidade, sem espécie, abandonado no mundo, privado de afeição e condenado a nunca fazer parte da sociedade que vive da aparência, da riqueza e do mérito do nome. Esta seria incapaz de ver nele, além da aparência externa, uma beleza interior a ser cultivada e trabalhada para melhorias, não cultivava a sensibilidade de que todas as pessoas devem ser tratadas como partes de uma mesma dignidade. Nessa linha de raciocínio o monstro é mais miserável do que qualquer outro homem miserável, pois para ele não há chance de afeição, nem mesmo de seu criador, o cientista Victor Frankenstein. A Criatura não ousava nem a dizer quem era eu, dizia apenas o que era eu. Não era digno de consideração afeição.

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