quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Um pouco mais sobre a obra e a autora

A presença da autora no livro:

O nome do livro, Frankenstein, originou-se de uma importante família da Silésia (a Silésia é uma região histórica dividida entre a Polônia, República Checa e a Alemanha).  Durante uma de suas viagens com o marido, Mary conheceu a família com este sobrenome e utilizou-o. A tal família é comparada por muitos como a família a qual Frankenstein se apega no livro.
Ocorre uma crítica feminista em Frankenstein, que não abrange somente a existência de uma natureza feminina submissa por uma ciência masculina, mas também pode ser detectada nos papéis desempenhados pelas mulheres no romance. São mulheres secundárias, com características semelhantes, todas respeitavam a hierarquia patriarcal. Todas encarnam, assim, uma idéia de mulher totalmente abnegada e auto-sacrificada.
            O cenário do livro sofreu grandes influências das viagens que Mary e seu marido pela Europa, sendo que a obra foi escrita em uma casa de férias em Genebra, por este fato o cenário do Lago Léman e das montanhas são bem detalhados.
            Um de seus filhos Willian inspirou o nome para um dos irmãos de Victor Frankenstein. Dos 4 filhos que teve, 3 morreram.
Pode se perceber na obra algumas críticas ao iluminismo, esse pensamento pode se considerado uma afronta direta ao caráter romântico individualista de seu marido e as teorias políticas iluministas articuladas por seu pai.

A obra na época:

Atualmente a obra de Mary Shelley não causa tanto impacto como o causado quando foi lançado, para nós hoje, o livro é  um romance fictício voltado para o terror. Mas é preciso pensar no impacto causado na época de seu lançamento, pleno século XIX.
Em 1831, quando foi lançada terceira e mais famosa edição de Frankenstein, a Europa estava em plena revolução de 30. E o pensamento machista e autoritário dominava ainda a mente da população; teoricamente era uma péssima época para uma mulher ousada lançar um livro de romance.
Mary Shelley, quebrou barreiras e seu livro fez sucesso. Servindo de inspiração para outras mulheres iniciarem suas publicações, como por exemplo, George Eliot, George Sand, e as irmãs Bronté.
Frankenstein também deu inicio a era gótica da literatura, se contrapondo a literatura racionalista e humanista da época. Pois ele mistura o romântico com o gótico, abordando temas sérios de uma maneira filosófica, fugindo muitas vezes do racional.
Muitos críticos dizem que a tensão entre o gótico e o romântico, entre o real e surreal foi espelhado na relação de Mary com seu marido, o poeta Percy Bysshe Shelley. A obra também é utilizada por muitos filósofos ao debaterem sobre até que ponto a perfeição humana pode chegar.
A obra passou por três edições, a primeira edição, publicada em 1818, por uma pequena editora londrina e não continha o nome da autora; foi publicado somente 500 copias e três volumes e sua repercussão foi baixa. Já em 1823 foi publicada a segunda edição que já continha um credito para a autora. Mas foi somente em 1831, pela editora Henry Colburn & Richard Bentley, que foi publicada a terceira e mais repercutida edição popular, que foi revisada pela autora e contendo um longo prefacio escrito por ela, relatando toda a gênese da historia. Essa edição é a mais usada para traduções no mundo.

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